sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Branco mundo

Deitada na cama, olhava para o teto com olhos vazios. O branco do teto parecia crescer a cada novo pensamento e envolver toda ela. A melancolia e a saudades se misturava com o branco e tomavam conta do quarto todo. Os olhos se encheram.

Sentia seu corpo imóvel, inútil, assim como suas ações. Assim como todo a sua vida. As lagrimas molhavam a fronha branca do quarto branco sem vida. O amargo na boca era consequencia do coração apertado, do sentimento de impotência e da solidão.

A casa vazia. A casa branca vazia. A casa sem vida. Sua vida vazia. Sua branca vida sem vida.

Pensou nos amigos que teve durante a infância. Pensou nos amores que um dia acreditou serem eternos. Pensou na sua família a milhares de kilômetros de distância dela. Pensou no seu trabalaho, que odiava. Pensou na hipocrisia e no egoísmo. Pensou na falsidade e nas coisas que ganhavam uma importância maior do que deveriam.

Parou de pensar.

A brisa que entrou pela janela a despertou. Olhou para a janela aberta expondo o mundo lá fora de cima. Levantou-se e pulou.

domingo, 20 de novembro de 2005


Jaraguá do Sul, 02/10/2005 Domingo

"Monique, vá dirigindo você para a casa da tia!".
"Tudo bem pai, mas eu esqueci minha carteira toda com todos meus documentos em Curitiba".
"Não tem problema... É Jaraguá, é Domingo...".
Depois de uma curva a esquerda, vimos a blitz a 20 metros a nossa frente.
"Estou sem o documento do carro".
Foi quase instantâneo. Meu pai falou isso e eu encostei o carro à direita, apavorada.
"O que eu faço pai, o que eu faço?".
A paciência do meu pai me irrita as vezes. Ele super calmo não disse nada. Pedi pra trocar de lugar com ele, mas o guarda já vinha em nossa direção. Mesmo assim saí do carro na maior cara de pau, e ele também, e mudamos de lugar. Meu pai sentou no banco do motorisca e ainda afivelou o cinto segundos antes do guarda bater no vidro e pedir para falar. Meu pai abriu o vidro e pegou os documentos dele.
"Os documentos da moça por favor".
O guarda ignorou os documentos que meu pai entregou a ele. Continuou pedindo os meus documentos. Quando ele viu que eu tava gaguejando e tentando explicar alguma coisa:
"Me acompanhem por favor".
O furgão da polícia era aberto lateralmente e dentro tinha um sofá e uma mesinha. Dois guardas, um homem e uma mulher, estavama sentados e mechiam em um computador que ficava na mesa. Várias pessoas estavam ali, umas chorando, outras reclamando e fazendo ligações. Estava eu, meu pai, a Carina e o José (leia rossê) estávamos esperando. O guarda que nos abordou voltou ao meio da rua para parar mais carros na blitz. Os documentos do meu pai já estavam na mesinha ao lado do computador, junto com vários outros documentos dos outros carros apreendidos. Nosso carro estava estacionado no mesmo lugar em que parei. Os guardas não estavam sendo nada gentis conosco. Falaram que iriam apreender a carteira do meu pai por liberar o carro a uma menor de idade. Eu insisti que eu tinha acabado de fazer 19 anos, que tinha carteira a quase um ano, que dirijo sempre. Mas eles praticamente não nos ouviam. Mandavam a gente se afastar e esperar, eles tinham mais coisas para resolver.
Chegou nossa vez de ser atendido pelos casal de policiais do camburão.
"Quando é teu aniversário?".
"29 de Setembro de 1986".
"Onde está a sua carteira?".
"Eu esqueci em casa, deixei tudo em Curitiba".
"Você não tem responsabilidade nem para lembrar dos seus documentos, magne para dirigir".
"Mas saímos com pressa, eu realmente esqueci"
"..."
"Eu vou todos os dias de carro para a faculdade. Vocês não tem como acessar alguma sistema para saber que eu tenho mesmo cnh?"
"Nosso sistema não está funcionando para o Paraná, não temos como acessar"
"Mas eu tenho carteira"
"Que ano você nasceu?"
"1986"
"Qual é o dia do teu aniversário?"
"29 de setembro"
"Olha meu senhor (para meu pai), sua carteira vai ter que ser apreendida por deixar uma menor dirigir, e você mocinha, vai ser infratada por estar dirigindo sendo menor de idade e por não portar os documentos"
Nessa hora eu queria chorar. Só pensava que meu pai estava ali do lado e ele ia fazer alguma coisa pra nos tirar daquela...
"Que dia você nasceu mesmo?"
"29 de Setembro de 1986"
"Então faremos o seguinte: você vai receber uma multa por não portar os documentos. Vou acreditar em você. Espero não me desapontar. Mas que isso não aconteça novamente"
"Podeixá, não irá se repetir"
Ele então rasgou um das multas que já tinha preenchido e manteve a outra.
"Confira a multa antes de assinar moça"
Notei que o carro especificado na multa era o do meu pai, mas estávamos com o carro da minha mãe lá! Eu comecei a balbuciar alguma coisa, querendo dizer que ele tinha escrito o carro errado, mas ao mesmo tempo que estava quase falando, tudo se esclareceu, e fiquei muda. Com toda a confusão da carteira de motorista, tinha esquecido que estávamos sem o documento do carro da minha mãe também. Meu pai deu o documento do carro dele para o guarda que nos abordou, que estava tão interessado em saber da minha cnh que nem percebeu que não era o documento do carro certo. E como tinha estacionado a uns 20 metros antes da blitz, os caras de dentro do camburão, que foram os que fizeram nossa multa nem viram o carro em que estávamos.
Assinei a multa e saímos para o carro. Demos meia volta na rua, para não passarmos na frente da blitz e fomos embora muito rápido.
A multa não chegou até hoje...

ps: detalhe da multa: "identificação do infrator - o mesmo". Eu tenho MUITO medo do mesmo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

O barulho do relógio a incomodava. Deitada na cama, via a luz do mostrador do relógio iluminando parcialmente o breu do quarto. Saber que horas eram a deixava ansiosa, não conseguia dormir. A luz da lua, que entrava pelo buraco da cortina, iluminava boa parte da parede lateral do quarto. As sombras formadas denunciavam a existência de várias árvores do lado de fora da casa. As árvores faziam parte, na verdade, de um parque; lembrava quando o parque estava sendo executado e todos os moradores locais animaram-se com a novidade. Mas o espaço tornou-se de uso exclusivo ds traficantes: local para uso, compra e venda de drogas. Sua casa, pela proximidade do parque, estava sempre rodeada dessa gente estranha. Ela matinha a casa toda fechada durante o dia todo e, a noite, podia ouvir as conversas vindas de lá. Tinha medo de que eles a matassem enquanto dormia, transformando sua casa em uma boca. Cuidava do relógio, e se cochilava, seu sono era muito leve. Só dormia mesmo a partir das 6 horas da manhã, enquanto essa hora não chegava, ficava apreensiva, esperando acontecer o que tanto temia. Já eram 4:52, a noite estava terminando e logo poderia dormir despreocupada. Assim que amanhecia, desligava o relógio que tanto a irritava. Reparando nos barulhos extrenos, notou que essa noite estava atipicamente silenciosa. Pessentiu. Dormiu profundamente. Com o relógio ligado. O barulho do relógio não mais a incomodava.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Referência

Todo mundo só fala nesse tal de referendo. Tá na moda discutir sobre isso. Eu já li várias opiniões a favor e contra, mas anda não formei a minha própria opinião. Tenho argumentos pros dois lados. Só pra não ficar diferente de todas as outras votações acho que vou anular!

terça-feira, 11 de outubro de 2005

cold day

Pela primeira vez sentiu a solidão. Olhava ao seu redor e queria fugir, mas não sabia pra onde iria, não queria estar em lugar nenhum. Não queria existir por aquele instante. As pessoas trombavam nele como se fosse invisível, todos seus amigos ao seu redor conversando e rindo nem notaram sua tristeza. Seu olhar demonstrava solidão, ele exalava carência, no entanto ninguém percebia. Saiu correndo sem direção, o mais rápido que pode. Queria estar em outro lugar, não queria estar em lugar nenhum. No meio da multidão parecia um louco correndo, mas ele não se importava. Todas as pessoas desse mundo são loucas, todas tem manias estranhas, mas a vergonha de demonstrar. Se escondem, não demonstram como realmente são por medo. Ele parou de correr e, andando, começou a cantarolar sua música preferida: "somos quem podemos ser" do Engenheiros do Hawaii. A cada verso que cantava, aumentava a intensidade de sua voz para que todos pudessem ouvi-lo:
"um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
um dia me disseram que os ventos as vezes erram a direção
e tudo ficou tão claro um intervalo na escuridão
uma estrela de brilho raro um disparo pára um coração
a vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
vivendo num país sedento um momento de embriaguez
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter
um dia me disseram quem eram os donos da situação
sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
e tudo ficou tão claro o que era raro ficou comum
como um dia depois do outro como um dia, um dia comum
a vida imita o vídeo garotos inventam um novo inglês
vivendo num país sedento um momento de embriaguez
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter
um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão
sem querer eles me deram as chaves que abrem esta prisão
quem ocupa o trono tem culpa quem oculta o crime também
quem duvida da vida tem culpa quem evita a dúvida também tem
somos quem podemos ser sonhos que podemos ter"
E todos ao seu redor olhavam-no com estranheza, com preconceito e até com vergonha dele. Mas ele não se importava, não tinha medo de fazer o que tinha vontade, de se expressar, se libertar dos conceitos estipulados pela sociedade: é errado fazer isso, é bom fazer aquilo, é certo ser assim, é feio falar tal coisa... Foda-se o que vão pensar de mim, foda-se o que é certo, o que é errado, o bonito o feio, tudo é pré estipulado. Não existe mais espontaniedade, o que não tá no padrão é ruim! À merda com isso! Cantou a música toda e, ao final dela já estava berrando e se sentia muito melhor. Se sentia feliz, bem. Pela primeira vez em anos fez o que tinha vontade. Não se importou com o pensamento dos outros, o que ele pensava era o crucial. Voltou para casa feliz. Descobriu a felicidade verdadeira e a liberdade total.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Não consigo mais escrever textos, falta alguma inspiração. Não sei como, porque assisti a filmes excelentes nos últimos dias:
Dogville
Cidade dos sonhos
Ata-me
Tudo sobre minha mãe
A glória é feita de sangue
E mais alguns aí, tou vendo vários filmes ultimamente. É o que me mantém distraída e em contato com a realidade. O resto do tempo, parece que estou numa bolha: tudo ao meu redor parece tão surreal, inexistente. Todas as falas e gestos não são assimiladas pela minha cabeça. Além do que tudo acontece tão rápido. Não tá legal isso! Ansiedade me domina mais uma vez. E nem sei o que estou esperando. Alguma coisa diferente do que estou vivendo agora. Quando chegará e como será eu não sei ainda, continuo aguardando ansiosamente...

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Dona Delmira delicadamente deitou dois diamantes debaixo da dispensa. Doméstica de disfarce, desviava dados, documentos, depois desaparece. Dedicava dias desenrolando dolares, dinheiro de donos desengandos.
Desembarcou domingo diante de Dublin: diferente, desconhecida. Dias depois deparou-se desempregada, desquitada, desanimada, dessesperada. Dançou, descontrolou-se, drogou-se desperdiçando diversos dólares. Devia dinheiro demais. Determinado dia desapareceu. Doze devedores desarticularam dona Delmira. Desistiu dessa diária de delinquente.
Dezembro datou: datilógrafa do desembargador diretor da Dinamarca. Definitivamente dizia-se determinada demais. Demontrou-se deploravelmente decrépita, demasiadamente decadente.
Descobriu descender do decano de determinada doutrina desconhecida. Desarticulou-se diante do dinheiro deixado do defunto descoberto. Dinheiro demais. Desapareceu divinamente e nunca mais foi vista.

domingo, 25 de setembro de 2005

Sigo a vida e meus sonhos.
Somos utópicos ao acreditar no futuro.
Prefiro ser racional.
Preferimos o que temos vontade.
Radical até me convencerem do contrário.
A rotina nos puxa pelo pé e nos arrasta.
Apaixonada por todas as pessoas que fazem parte da minha vida.
Conseguimos nos divertir em situações péssimas.
Pensamos em nos matar.
Somos muito medrosos.
O medo me faz sentir viva.
A dor faz eu me sentir viva.

sábado, 17 de setembro de 2005

Chuva infinita

Entrou na casa e parou de sentir os inesgotáveis pingos de chuva que o céu derramava pesadamente. Estava ensopada. Enrolou-se na toalha que estava por perto e não mais tremia de frio. Virou-se para a janela e contemplou a água que caía, atravessava as árvores e inundava a grama. O rosto, já seco, umidece-se novamente pelas lágrimas de solidão. Não entendia o rumo que sua vida estava tomando, perdera controle da situação. Agora, apenas deixava-se levar, tomava decisões instantâneas sem pensar eou se preocupar muito com o que aconteceria depois. Não sabia ao certo se o resultado de tudo isso era bom. Sentia o frio da casa vazia, das roupas molhadas, da chuva que entristecia a noite, da falta de alguém do seu lado. Uma mão pesada pousou sobre seu ombro úmido. Fechou os olhos e virou-se. Ele a abraçou muito forte e falou ao seu ouvido que a amava, mas que tinha que partir. Minutos depois ele a beijou e partiu sem previsão de voltar.

domingo, 21 de agosto de 2005

Parabéns!

Parabéns. Parabéns por você ser essa pessoa maravilhosa. Parabéns por ter me feito feliz. Parabéns por tantas frases ditas que me fizeram sentir melhor. Parabéns pelos conselhos, dicas e também os abraços. Parabéns pela amizade, pelas horas dedicadas à mim. Parabéns por me apoiar em idéias malucas. Parabéns por me aturar de mau humor, por saber quando me evitar para não causar brigas. Parabéns por compreender minha falta de atenção, o fato de eu ser muito desligada. Parabéns por me ensinar coisas novas, por fazer eu ver o mundo um pouquinho diferente, abrir minha mente, mudar idéias infantis e bobas que eu às vezes tenho. Parabéns por me enfrentar, discutir, opinar e não esconder o que você realmente pensa, nunca ser falsa. Parabéns porque você merece tudo de bom. Parabéns porque eu realmente quero que você seja feliz para sempre.

terça-feira, 9 de agosto de 2005

blé

sim, roubaram meu celular, to com 0,25 de média naquela po*** de computação 2, não sei nada de espanhol, não tenho féras a meses, não consigo arranjar um emprego, não tenho tempo pra nada, não vejo meus amigos deireito, não vejo os filmes que eu quero, não leio os livros que gosto, não faço merda nenhuma direito!


precisava desabafar....

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Correu até seu quarto. A carta que tinha nas mãos era especial, esperada. Passara horas de suas últimas semanas olhando pela janela esperando o carteiro. Quando ele chegava, ela corria para a pequena caixinha de ferro em frente a sua casa.

Seu bairro era um lugar muito agradável de se morar. Seus vizinhos, pessoas distintas da sociedade, sempre sorridentes e educados. As cartas chegavam periódicamente, em sua maioria contas para seu pai e propagandas de lojas do Shopping Center para sua mãe. Raramente vinha algum envelope diferente para ela. Propaganda de colégios que já estudou ou descontos em restaurantes eram os mais recebidos pela garota. Mas essa carta era tudo que ela queria ver desde que aquela pessoa tão especial para ela tinha ido embora. Sentia um vazio tão grande que tentava preencher com passatempos.

Não estava acreditando no que via a sua frente. Aquele envelope grande e bege cujo nome do remetente ela leu e releu tentando adivinhar o que passara pela cabeça da amiga quando o escreveu. O que será que ela estaria fazendo agora? Sabia que as primeiras semanas seriam assim: querendo notícias o tempo todo, pensando na amiga demais. Na maior parte do tempo ela se distraía. Os programas com os amigos a ajudavam. Mas as vezes o coração apertava mais forte e não dava para controlar. Era mais forte que ela. Sentia-se miserável, sozinha, triste.

Antes de abriu colocou uma música que lembrava a amiga no cd payer. O coração batia forte e suas mãos tremiam. Uma gota de suor ameaçou cair. Rasgou a pontinha do papel e deixou-a cair no chão. A folha de dentro, intacta, toda escrita a mão era o objeto de sua ansiedade. Retirou-a de dentro do envelope. No momento em que ia começar a ler ouviu um barulho de porta batendo. Estava sozinha em casa e começou a ficar com medo. Sua casa era grande e tinha um segurança, mas ele ainda não chegara. Desligou o som num pulo e se abaixou atrás da cama imóvel e calada. Ouvia barulhos do que pareciam ser pessoas em casa, porém seus pais só chegariam dentro de meia hora. Olhou seu celular na estante. Sem pensar levantou para pegá-lo. Em menos de segundos ela estava nos braços de um homem estranho que segurava sua boca com um pano.

Eram dois homens vestidos de preto. Eles não falaram nada. Ela tentava gritar, espernear, mas não adiantava, eles eram muito maior que ela. Afinal, todos eram muito maior que ela! Foi levada para um furgão que estava estacionado em um lugar longe dos olhos de seus vizinhos. Não tinha o que fazer. Ela não podia lutar contra eles. Apenas fechou os olhos e chorou. Nunca mais foi vista. E a carta permaneceu jogada no canto da sua cama eternamente.

quinta-feira, 21 de julho de 2005


Praia do Sancho - Fernando de Noronha - PE - Brasil

Ba�a dos Porcos - Fernando de Nornha - PE - Brasil

Cacimba do Padre - Fernando de Noronha - PE - Brasil

Buraco da Raquel - Fernando de Noronha - PE - Brasil

Atalaia - Fernando de Noronha - PE - Brasil

Impressionante!

Perder uma semana de aula: duas provas.
Custo total da viagem: caro!
Viagem de avião: cansativa.
Conhecer as duas praias mais bonitas do Brasil, ver muitos golfinhos, nadar com tartarugas, surfar (tudo bem que uma onda só...) na Cacimba do Padre, ver a sua sombra na areia boiando no mar com 3 metros de profundidade, nadar em piscinas naturais, ver dois tubarões de pertinho, rodízio de sushi com excelente companhias, presenciar pores-do-Sol de cinema, passar por cima de uma raia com o teu tamanho, conhecer pessoas que realmente se preocupam com a natureza e que fazem de tudo para você se sentir "em casa": não tem preço.


Faltam palavras para o que vimos nessa viagem. Não adianta colocar inúmeras fotos, elas não conseguem passar a energia do lugar. Simplismente lindo!!
PS: todas as fotos publicadas foram tiradas por nós (eu e fer), nenhuma é cartão postal ou fotos de internet! Qualquer leigo tira fotos lindas, não tem como errar!

terça-feira, 5 de julho de 2005

Admirável Mundo Novo

A filosofia mecanicista explica tudo de forma racional. Ela faz uma alusão do homem com a máquina. Compara, através de uma metáfora, o mundo com um relógio, funcionando mecanicamente. Os principais expoentes dessa filosofia foram Galileu e Descartes. Galileu juntou o experimentalismo de Bacon com o racionalismo de Descartes, explicando fatos por essa lógica.
Os acontecimentos ocorridos durante a vida de uma pessoa são explicados pelo mecanicismo como uma necessidade humana. A necessidade é o que aproxima o homem do animal, que os fazem semelhantes. Trabalho, esporte, lazer, educação, sexo, industria cultural, ciência, tecnologia, arte, evolução, progresso, família e amor são temas que podem ser explicados racionalmente, pelas vontades que o homem tem em dados momentos. Já o nascimento, morte e sentido da vida tem significados mais amplo. São conseqüências de atos exercidos pelas necessidades. A filosofia mecanicista vê as coisas como uma máquina, matéria em movimento. E a vida segue um rumo normal, com acontecimentos racionais que seguem um padrão racional de comportamento humano.
Os homens do Admirável montaram uma sociedade que julgavam perfeita. Eles fizeram das necessidades suas prioridades, dividindo-as para diferentes grupos de pessoas. Nessa sociedade não podia existir guerras, porém também não se sabia o que era o amor. Tudo era racional e automático, privando o ser de escolhas e recompensas. Cada homem dos diferentes grupos exercia sua tarefa mecanicamente.
Os habitantes do Admirável não podiam, no entanto, ter sentimentos ou opinião sobre nada. A morte era tratada friamente, e não era permitido engravidar. Os dias eram rotinas. A promiscuidade incentivada. O amor era ridicularizado. Eles viviam para fazer o “organismo” funcionar. Não tinham metas nem sonhos. Não existiam famílias também. Os bebês eram feitos em laboratórios de acordo com o que a sociedade estava precisando. Alguém que goste de trabalhar, alguém que queira pesquisar, pessoas bonitas para participar das festas, etc.
Os homens de fora do Admirável eram vistos por estes como selvagens, primitivos, menos inteligentes. John tinha valores muito diferentes aos daqueles do Admirável. Ele se permitia sentir e realizar o que sentia. Ir atrás do que sonhava. Ele não era uma máquina, que apenas funciona sem pensar no que faz, sem gostar do que faz. Ele queria viver a vida intensamente, sentir o mundo e as pessoas ao seu redor. Amar os outros e o mundo em que vivia. Fazer o que tem vontade e não fazer apenas o que é certo ou errado. Fazer escolhas usando o sentimento e não a razão.
Opondo-se ao que o mecanicismo prega, John não é apenas um integrante do sistema ajudando no seu bom funcionamento. Ele não pratica apenas suas necessidades. Ele tem vontades diferentes das essenciais que todos os outros têm. E isso faz dele um ser único. Uma pessoa diferente de todas as outras. Ele não age por instinto. Não trabalha porque precisa e transa com qualquer uma porque tem vontade naquele momento. Faz as coisas por escolha própria.

quinta-feira, 30 de junho de 2005

normal

Sabe quando você tá naquela época em que nada de emocionante acontece, nenhum grande acontecimento: nem bom, nem ruim? Pois é, é assim que estou agora.
Todos os dias acordo já sabendo que nada vai acontecer para desiquilibrar essa balança da monotonia. O céu tá sempre cinza, o clima tá sempre ameno, o computador sempre ligado, a música sempre tentando me acordar, ora do sono, ora da sonho. Quero pular, rir, cantar, chorar, gritar, correr, jogar, fazer qualquer merda que não ficar parada. Sem conseguir respirar ainda por cima!
As saídas com os amigos são boas. Embora pareça que eu to em um concurso de popularidade o tempo todo. Quero apenas me divertir. Não me importar mais com nada.

terça-feira, 21 de junho de 2005

menina atropelada

Me identifiquei muito com Descartes durante uma aula de filosofia. Mas tem muitos apectos que simplismente não entendo. Ele afirmava que o mundo todo é racional e que você só pode acreditar nas coisas que pode provar. Teus sentidos te enganam o tempo todo portanto não são confiáveis. Devem ser ignorados. Tudo o que você vê, sente, cheira, enfim, tudo o que está ao seu redor podem não existir. Podem ser uma ilusão. Ele acreditava que só o pensamento poderia provar que algo existe. "Penso logo existo".
Então como explicar uma menina atropelada pelo biarticulado? A chuva caindo em cima dos curiosos que se amontoavam em volta do ônibus vermelho atravessado no meio da via rápida. A luz das ambulâncias e dos carros que tentavam passar com cuidado, e outros, menos pacientes que buzinavam freneticamente. Issso tudo parecia bem real para mim.
Foi como se o tempo tivesse parado. Nada mais fazia sentido naquele momento. A perna estraçalhada, a dor que ela sentia eu pude quase sentir em mim, só de olhar. Não tem como explicar como essas coisas acontecem. Mas elas acontecem. A dor é real. Não tem como ignorar.

terça-feira, 14 de junho de 2005

...

Cansei de decorrer sobre temas quaisquer aqui. Acabou o assunto e acabou a paciência. Se você não entende o que eu falo, problema é teu cara.
Onde está o sensato? Partiu. Cadê a verdade? Tô procurando. E a lucidez? Casou com o sensato e se mudaram pra bem longe.


Let´s get retard.

quarta-feira, 8 de junho de 2005

esse Galvão!

Jogo contra o Paraguay:
-E aí casagrande, foi bom pra você?
-Foi muito bom sim Galvão...
Jogo contra a Argentina:
-E nesse primeiro tempo a argentina deu um chocolate (pausa) no Brasil!

(????)

quarta-feira, 1 de junho de 2005

Acho que tô ficando velha

Minha tv a cabo não tá funcionando. Esses dias acordei meio cedo (umas 10h da madrugada) e resolvi ir ver uma tevezinha... Adoro ver tv de manhã porque passa desenhos!! Globo tava passando aquela jacú da Ana Maria Palha lá, nossa, não dá pra suportar ver 10 minutos seguidos daquilo, é muito ruim! Torturante. Então o jeito foi colocar na SBT. Tava passando desenho. Ebaa. Até aí tudo bem. Mas quando o desenho acabaou, umas pessoas estranhas com roupas descoladas dançando umas musiquinhas bregas e cantando apareceram. Credo! E não era nem a Eliane muito menos a Mara Maravilha. O que aconteceu com a tv matinal dos dias de hoje? As crianças são obrigadas a ver um casal de pirralhos com roupas transadas, chapinha no cabelo, dublando músicas ruins ao mesmo tempo que dançam uma coreografia repetitiva e chata. Onde estão as roupas bregas, cata ovo, maria chiquinha, franjinha na cara, mascote que fala, microfones com pinduricalhos, todas as coisas que faziam desses programas matinais tão bons?! Nossa, meu filho definitivamente não vai assistir tv! Onde esse mundo vai parar? O que será dessa geração que está por vir?

sábado, 28 de maio de 2005

Vidinha medíocre

Sempre cheia de altos e baixos ela segue. Ela é severa e um tanto quanto maldosa. Nunca sei quando vou cair. Putaquepariu, odeio ficar lá embaixo. Porque essas merdas acontecem do nada, sempre nos melhores picos dessa imensa montanha-russa tenebrosa. Tenho medo e ao mesmo tempo ansiedade de sair da cama todos os dias e enfrentar o que ela vai me trazer. Nem sempre coisas ruins, mas o tédio é o pior. Por vezes até penso em abandoná-la, deixar toda essa merda para trás. Pessoas falsas e acontecimentos ruins não mais existiriam. Porém não sentiria o sabor dos amigos de verdade, das festas legais, da família reunida... Tanta coisa boa me faze, desistir de idéias malucas. Ou não tão malucas assim.
Quero ser criança de novo. E para sempre!

segunda-feira, 23 de maio de 2005

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Fico olhando a paisagem ao meu redor e vejo uma realidade que é a minha, mas da qual não sinto que faço parte. A visão urbana que tenho da minha janela: prédios amontoandos, a fumaça dos carros, a poluição por todos os lados, os mendigos dormindo nas ruas... A indiferença das pessoas me deixa enjoada, mas o que fazer também? Querer abraçar o mundo com minhas próprias mãos é um sonho do qual eu já desisti faz tempo; a vida obriga a parar de ser utópico. Mas a indguinação diária persiste, assim como a vontade de fazer alguma coisa, qualquer que seja, para tentar melhorar a vida de alguém.
A verdade absoluta é dura e áspera. Ela corta e machuca. Incomoda. Arde.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Uma trip alucinógena

A merda do sistema continua vingando, e provavelmente eu não verei ele ir por terra. Mas o importante mesmo que é nesse semestre tenho janelas no meu horário possibilitando-me de ver Chaves. Uhull! Mesmo assim o espanhol as sete da manhã me incomoda um pouco. Ainda bem que as duas peças a que assisti Domingo foram excelentes, ainda mais com as ótimas companias. O que me deu raiva só foi meu computador que ficou em coma por alguns dias, mas agora já voltou ao normal: o lentium de sempre. Atrapalha um pouco o fato de as aulas terem recomeçado, mas pelo menos ainda não tenho provas. Sinto muita falta de algumas pessoas perto de mim, pra onde elas foram? Pra onde foi todo meu dinheiro, deusdocéu não tenho mais nada e nem sei onde gastei. A calça de tão gasta rasgou, o problema é que foi um baita dum rasgo no meio do bumbum, inutilizável. Quero arranjar um emprego. Para quê? Paraguaio.

quarta-feira, 4 de maio de 2005

Blé

MeuDeusDoCéu, alguém viu aquela pessoa no meio do centro, dentro de uma jaula de vidro pendurada a uns 20m de altura do chão, isolado lá com um único objetivo: entrar no Guiness Book! Ah, tenha a santa paciência né... Já viro palhaçada isso. O cara promete ficar 72 dias sem comer, correndo riscos de vida, sem falar com ninguém lá, sem fazer nada, trancafiado em um cubículo de uns 3m quadrados para bater um recorde!! Sério, não entendo certas coisas desse mundo! Tem louco pra tudo né....

sábado, 30 de abril de 2005

complicated

Não sei se é bom ou ruim mas penso demais nas consequências. Elaboro toda a trajetória dos acontecimentos se fizesse aquilo, se acontecesse aquela outra coisa, se, se, se.... Só concretizo algo depois de um estudo minucioso dos fatos que podem ocorrer. Eu sou muito complicada. Mas sempre prometendo a mim mesma que vou facilitar tudo. Puff, mentindo pra mim mesma.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Atlético

Apenas um parênteses: É CAMPEÃO!!!
Parabenizo meu time pelo espetáculo de Domingo na Kiocera Arena, onde ganhamos uma final de virada. =)
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Mudando de assunto, como é possível estudar muito para duas provas e tirar 3,0 e 3,6? Ahh que ódio. Quem sabe se eu tivesse estudado apenas para uma teria tirado 6,5. Ou não. Mesmo assim eu precisava de 7,5 nas duas provas. = /
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Vai ter show do Engenheiros do Havai e eu não vou poder ir. Motivo: viagem de família. Falando nisso, acho engraçado essas coisas. Sempre quando tem programas reunindo a parentada é a mesma história. Meus tios ficam bêbados, minhas tias ficam na cozinha fofocando de tal parente distante que casou e nem convidou ou que teve um filho sem ser casado... E os primos jogando truco ou poker, tentando pegar umas bebidas alcoólicas sem serem flagrados. E todo mundo se diverte. Eu pelo menos sempre acho o máximo esses programas.

sexta-feira, 15 de abril de 2005

como pedir coisas

Descobri na prática um jeito muito simples para pedir algum favor, algum pertence ou uma autorização.
Onegócio é o seguinte: primeiro você tem que pensar em alguma coisa muito maior, mas muito maior mesmo do que aquilo que você realmente quer. Se possível invente duas coisas piores, em vez de uma, quanto mais melhor. Então você chega para pessoa alvo do plano e fala, com jeitinho, o negócio desejado. Você dá aquele tempo depois que acabar de pedir. Mas tem que dar um tempo certo, não espere muito, apenas o suficiente para pessoa pensar um pouco, porém ela não pode chegar a nenhuma conclusão concreta nesse ponto ainda!
Depois desse pequeno intervalo, que deve durar uns 5 segundos, você lança a segunda notícia. A mais cabulosa. Fala assim, na lata. Sem rodeios e sem embromação. A pessoa com certeza ficará muito mais transtornada. Se tiver um terceiro pedido, repita o procedimento anteriror.
O que irá acontecer é que o cara vai ficar pensando no último desejo e o primeiro vai parecer coisa pouca. Vai parecer algo sem tanta importancia. E quase com certeza você atingirá o seu objetivo principal. Se seguir os passos direitinho você terá sucesso!
Eu tive! \o/

segunda-feira, 4 de abril de 2005

today the sky is blue, but I´m not

Apesar das provas, da ressaca, do espanhol às 7h da manhã e desse tempinho maromenos eu estou muito feliz!
Descobri que não sei escrever coisas engraçadas. Na verdade acho que não sei nem falar coisas engraçadas. Mas depois que me disseram que isso aqui tava muito depressivo, resolvi escrever algumas coisas não depressivas e percebi que não consigo. Credo. Sou uma pessoa triste? Sem graça?
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Tá, não respondam!
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O papa é pop e isso sim importa. Aliás, usou da tática de morrer pra virar astro. Mais do que já era. Será o fim do cristianismo? A nova era chegou? Alguma coisa grande vai acontecer, só digo isso. Bem do tipinho da Veja colocar o cara lá na capa falando que ele mostrou o significado do sacrifício. E as milhares de pessoas que morrem sofrendo? Como se ele tivesse escolhido essa morte. Com certeza se fosse pra escolher, seria uma coisa rápida e indolor. É óbvio isso. Foi do jeito que foi por mero azar do destino. Ou sorte, porque agora o cara tá muito falado. Aliás de que adiantou uma vida toda de sacrifícios (é o que dizem) pra morrer assim. Ir pro céu? Nem quero... muahaha, como sou má! Sem graça, porém má!

sábado, 2 de abril de 2005

Hoje um meninho muito especial me relembrou uma frase do "Pequeno Príncipe" que havia passado batido. Ou talvez por ter sido me falado, na ocasião que foi falado me fez pensar.

"Você é responsável por quem cativa"

Nossa, que lindo isso. Li "O Pequeno Príncipe" sem o espírito pra ler esse livro. Tem que tar inspirado, pensar nas frases, o que elas realmente querem transmitir. E é isso mesmo que você é: responsável por quem cativa. Não adianta ser legal, gentil e simpático a princípio. E depois? Depois é você quem sabe. Se valer a pena, continue sendo assim, muitas vezes isso é muito difícil, mas obtem-se excelentes resultados. E se não valer? O problema é seu então, você que cativou, agora aguente.

terça-feira, 29 de março de 2005

Saiu de casa apenas para dar uma voltinha no quarteirão. Não estava com vantade alguma de fcar em casa estudando ou fazendo qualquer outra coisa que o valha. Foi a pé. Sua perna doía um pouco pela trombada no dia anterior durante um jogo de basquete. Assim que virou na esquina para esquerda viu uma criança. Ela brincava no parque do outro lado da rua. O menininho estava no balanço, se segurava muito forte com uma das mãos em um lado da corrente que prendia o pedaço de madeira ao ferro acima dele. Na outra mão ele tinha um picolé. Fazia calor, apesar do constante vento que batia em seu rosto. Ela continuou andando devagar olhando para o menino. Ele se empurrava com os pés e dava lambidas no seu picolé alternadamente. O garotinho estava sozinho no parque e não tinha ninguém por perto. Ele ria, ria alto para qualquer um ouvir. Porém não havia ninguém lá, ninguém para ouvi-lo. Então ele ria mais alto ainda, se sentindo totalmente feliz com aquelas duas coisas: o balanço e o picolé. Aquilo era o que bastava para ele no momento. A quadra já acabara, virou à esquerda novamente. Esse lado da quadra era mais movimentado. Um casal de velhinhos sentados lendo uma revista. Eles liam, apontavam as gravuras e comentavam as reportagens. A revista culta ficava no meio dos dois. Eles riam e discutiam sobre os assuntos aborados nas páginas impressas. Quando estavam quase brigando por discordar de uma opinião o velhinho tascou um beijo na velhinha e tornou a rir, mostrando sua dentadura muito bem cuidada e reluzente. A senhora sentia-se feliz e transparecia isso.Tornaram a ler. Virou a esquerda novamente e deparou-se com um cara. Um menino mais ou menos da sua idade, talvez uns dois anos mais velho. Ele estava de All Stars preto e uma calça de exército larga. Seus cabelos pretos despenteados combinavam com sua barba de uns dias por fazer. Usava uma camiseta branca e tinha olhos azuis lindos. Não conseguia tirar seus olhos dele. Corou de vergonha. Ele sorriu. Ela sorriu. Não queria que aquela quadra em especial acabasse. Não queria virar à esquerda. Ele vinha na sua direção. Quando alcancou-o pode sentir seu perfume forte. Fazia tempo que não sentia aquilo por algum menino. O último fora seu ex-namorado. Mas sabia que não aconteceria nada com aquele menino. Era apenas bom se sentir assim. Aumentar sua moral, melhorar seu ego. Virou pela última vez na esquina e voltou para casa. Sentia-se bem.

terça-feira, 22 de março de 2005

O desenhado perfeito das nuvens branquinhas no céu azul cintilante a deixavam muito feliz. Sentia-se imponente. Era um desses dias quentes de Março e estava parada na da Cândido de Abreu, a caminho do lugar onde fazia cursinho. Olhava para o alto e as pessoas passavam por ela sem notar sua felicidade, sem perceber que ela era diferente, pois era assim que se sentia. Diferente de todos aqueles vestindo seus ternos, indo trabalhar, sem tempo nem para olhar para cima ou para perceber ela ali.
Por alguns instantes esqueceu-se de onde estava, do horário que tinha a cumprir e das pessoas ao seu redor. Apenas se concentrou em si. O que deveria ser ela para o mundo. Um nada para alguém que nem conhecia a milhares de kilômetros de distância e um tudo para outro. Sua vida deveria ser escrita em um livro para que todos soubessem o que fazia. Todas as coisas maravilhosas e também as tristes que aconteciam diariamente com ela.
Algo estava pra acontecer, mas não podia saber se era bom ou ruim. Resolveu deixar para pensar nessas coisas depois. Sempre tudo para depois. Estava atrasada. Olhou para frente, parou mais um instante percebendo aqueles perto dela. Comecou a andar. Foi cruzar um rua perpendicular distraída quando uma caminhonete preta veio ao seu encontro. Calor.

quinta-feira, 17 de março de 2005


Belíssimo filme espanhol de Alejandro Amenábar que trata sobre a eutanásia. Durante o filme me coloquei a pensar se vale a pena viver não podendo mover um mebro sequer, com excessão da cabeça. Será que a melhor solução é mesmo morrer? Não pude decidir o que seria melhor na situação de Ramón (personagem principal tetraplégico), mas o tema foi exposto de forma excelente. O filme, baseado em uma história real, deixou-me indagando o motivo de nossas vidas. Passamos pelos dias para fazer o quê? Nascer, estudar, estudar, esudar, trabalhar, ganhar dinheiro para viver e morrer. E a maioria das pessoas seguem esse cronograma à risca. Apenas transcorrem os dias de suas vidas inúteis numa inércia contínua. É quase o mesmo que ficar deitado eternamente em uma cama sem poder mover-se. Então matar-se? E todas as pessoas que dependem de você, que amam você, tudo o que você pode ainda fazer em vida... Muito polêmico. Apenas concordo que se alguém quer mesmo tirar sua própria vida, ela deve ter esse direito. Não sei o que eu faria nessa situação e nem quero saber. O que você faria?


domingo, 6 de março de 2005

capítulo 4

Sem que ele percebesse, um amigo seu chegou do seu lado e levou-o para um lugar meio escondido da casa. Era um banehira e outros dois amigos seus já estavam lá. Apenas dava para ouvir a batida da música e os vidros do pequeno banheiro vibrando. Logo que fecharam a porta mostraram o objetivo de se esconderem naquele lugar: heroína. Leandro havia largado essa mania de "injetar socialmente" depois de conhecer ela. Mas agora já não tinha mais motivo para deixar esse vício de lado. Foi o primeiro. Pegou sua seringa, cada um tinha a sua em pacotinhos separados, já devidamente preparada, amarrou um elástico no braço, um pouco acima da dobrinha, enguichou o líquido opaco da seringa só para ter certeza que depois de dois anos ela não estava entupida. Parou durante alguns segundos só para ter certeza se faria aquilo novamente. Lembrou de como estava antes de conhecer ela, de como foi difícil parar. Vendeu seu carro para poder comprar mais. Mas aquela noite ele precisava. A picada foi mais dolorida do que usualmente, tinha se desacostumado com o ardor do líquido entrando em suas veias. dessamarou o elástico e esvaziou a seringa. O efeito é quase instantâneo. Abriu a porta. Seus amigos tentaram impedir que ele saísse, mas resolveram ficar para garantir um pouco do líquido para eles.

sexta-feira, 4 de março de 2005

trecho do "Manifesto Partido Comunista" - Marx e Engels*

Cap II Proletários e Comunistas

"As proposições teóricas dos comunistas não se baseiam de forma alguma em idéias, em princípios inventados ou descobertos por esse ou aquele reformador do mundo.
São apenas a expressão geral das condições efetivas de uma luta de classes já existente, de um movimento histórico que se desenrola sob nossos olhos. A abolição das relações de propriedade que até agora existiram não é característica definitiva do comunismo".
"Propriedade adquirida fruto do próprio trabalho e do mérito pessoal! Falais da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, que antecedeu a propriedade burguesa? Não precisamos aboli-la: o desenvolvimento da indústria já aboliu e continua a aboli-la diariamente".


*livro emprestado por Danielle Leal (www.temdoisladosoquadrado.blogger.com.br)

domingo, 27 de fevereiro de 2005

orgulho é uma bosta!

Sempre fui muito orgulhosa. Quando achava que estava certa não voltava atrás nunca, e mesmo sabendo estar errada, raramente pedia desculpas. Na virada do ano, que passei com quatro pessoas muito importantes para mim, duas das quais são (ou pelo menos eram) essenciais na minha vida, fiz uma promessa. Prometi que não seria mais assim. Que deixaria de ser estúpida, mostraria mais como eu me importo com as pessoas, pararia de ser tão explosiva, enfim, não teria mais orgulho ou vergonha quando fosse pra demonstrar meus sentimentos. E já alguns dias depois de ter proposto isso a mim mesma, fui testada. E reprovei. E me machuquei. Parece que o mundo todo desabou bem na minha cabeça... Tudo desmoronou de uma só vez. Em questão de dias, as mesmas duas pessoas da virada do ano se afastaram tanto de mim, eu já nem sabia mais quem elas eram, como estava ou o que estavam fazendo. Mas ainda tinha outra pessoa que estava do meu lado. Mas essa segurança acabou no minuto que soube que ela também estava triste comigo. E junto com tudo isso, vários outros acontecimentos me estristeciam, me faziam ver quem eu realmente era, se eu estava agindo certo, o que tinha saído errado, porque tudo aquilo estava acontecendo, e isso tudo justamente quando eu estava tentando mudar. O destino não me deu tempo para me adaptar à nova Monique, tudo acontecia tão rápido. E sofri. Até agora não está tudo bem. E nem sei mais se vai ficar. Mas estou um pouco satisfeita com algumas coisas. Fiz tudo o que podia para recuperar, e realmente consegui voltar atrás e fazer certo pelo menos com uma parte. Com as outras, também fiz certo, voltei atrás, pedi desculpas por erros que talvez não tenham sido exclusivos meus. E estou colocando, aos poucos, minha nova personalidade em prática. E mesmo assim pessoas que eu gosto muito, muito mesmo, não cedem. Não consigo entender. Acho que não há nada mais que eu possa fazer. Se não dá mais, não adianta forçar. As pessoas mudam. Eu sempre odiei mudanças. Mas assim como elas me ensinaram a mudar, elas também mudaram.
Esse post, na verdade, foi escrito com o intuito apenas de falar, para todas as pessoas que já passaram na minhas vida, e que, por algum motivo, eu magoei, ou simplismente deixei-as tristes, ou agi de forma grosseira. Nem um terço delas vão ler isso algum dia de suas vidas, mas deixo aqui minhas sinceras desculpas. Sei que não vai adiantar. Isso não faz o tempo voltar. O que foi falado e o que foi feito, tá consumado. E mesmo que não me perdoem, quero que saibam que eu estou realmente arrependida. Quero que as pessoas tirem a imagem de que eu não tenho sentimentos, de que eu não sofro, não sinto a falta de ninguém ou não me importo. Apenas deixo registrado, para que todos saibam minhas verdadeiras intenções. Eu amo muito e considero demais todas as pessoas que estão ao meu redor. Vocês são minha vida.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Capítulo 3

Quando chegaram na festa já era 1h da manhã. Sem vontade alguma de estar lá, agarrou o primeiro copo contendo algo alcoólico, sentou-se em um sofá do canto e lá ficou a pensar em tudo o que acontecera. A festa estava cheia. A casa era de um amigo seu, mas tinha muita gente ali que ele nunca tinha visto. A música alta, pouca luz, gente quase caindo em seu colo, um casal do seu lado se abraçando e se beijando, nada atrapalhava seus pensamentos. Nem notava nada ao seu redor, apenas seu copo. Pensava em tudo, no que deveria ter feito no que não deveria ter faldo, porque deu tudo errado, tentando achar um culpado, um motivo... E não conseguia chegar a nenhuma conclusão. Seus amigos o acharam e o chamaram pra dar uam volta. Não queria. Levantou, pegou outro copo e voltou a sentar-se.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

resumo de um carnaval

caiobá, Gi, matinhobanda, smirnoff tridestilada, surfe, sol, tapioca, piscina, mímica, delmute, charlotte gray, suco de uva, praia mansa, dread, faça um feio feliz, carebean, casa do elbis, 10x festa no apê, campo largo de pêssego, dj marky, bandana amarela, caipirinha de vinho,casa do oliver, academia, alexander estranho, demônios, pra baixar o nível óh, amigas, picolé, mensagens, música muito alta, melhor gemido, herpes, santo canto, gordo, mais smirnoff tridestilada, von dutch, biquini, bodyboard, mão machucada, pagode blé, rabinho verde limão, dormir às 8h da manhã, tirantes protendidos, guaratuba, boa companhia, chá grátis, vivere parvo, carro, boneco do posto, conversas sérias, shanasheviski, filha, sinuca....
acabou não sendo tanto um resumo, mas mesmo assim, tinha que lembrar de tudo, ainda falta coisa, certeza! foi nas praias do Paraná, eu sei, mas foi muito bom!!!

sábado, 5 de fevereiro de 2005

Capítulo 2

Moreno de pele, cabelo moicano preto liso e olhos verdes. Chamava atenção pela sua beleza, mas sempre tentava se esconder com seu boné que usava diariamente. Adorava passar despercebido pelo meio das pessoas. Odiava regras. Adorava sair com seus amigos. Odiava acordar cedo. Adorava ler. Odiava estudar. Adorava andar de skate. Odiava a igreja e tudo com ela relacionado. Adorava beber. Odiava guerras. Odiava ambição. Odiava inveja. Odiava pagode. Odiava política. Odiava novelas. Adorava aquela menina. Putz, toda vez que via ela, era a mesma sensação... Não conseguia controlar. Achava-se tolo por sentir as típicas borboletas no estômago todas as vezes que ela estava por perto. Estavam quase chegando. O chacoalhar do carro atrapalhava constantemente seus pensamentos.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

capítulo 1

Saiu de casa furiso. A porta bateu ruidosamente atrás de si. Todos os seu músculos palpitavam, fazendo-o ter vontade de descontar toda sua fúria de alguma maneira. Chegou no local combinado e todos os seus amigos já o esperavam. Sabia que estava atrsado e que era culpa dela. Previnidos os amigos nem questionaram o seu mau humor, apenas ligaram os carros e partiram. Ele suava, calado no banco de trás do automóvel. Os coturnos apertavam seus pés, possivelmente pela recém caminhada para chegar até ali.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

desculpa!

Queria um último abraço. Mas o orgulho mais uma vez tomou conta e não tive coragem para pedir. Quando ouvi a porta do elevador fechar senti muita coisa boa indo embora. Mas tinha razão quando falou que aprendemos com as mancadas. Minha mãe já dizia que há males que vêm para o bem. E vi que deixei de fazer muita coisa que fariam a diferença.
Fiquei feliz com o rumo das coisas. Pensei que tudo seria pior. Gostaria da tua amizade agora, se possível. Amizade talvez é pedir muito, mas algumas conversas e jogos de campo minado não fazem mal a ninguém! Podemos falar então, em vez de fim, começo, de uma nova coisa. Sem brigas, sem mágoas, sem cigarros e com comida!


Você foi, é e sempre será especial.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

injustiça

Nunca consegui concordar com esse sistema. Pessoas que trabalham nada ganhando muito, e que ainda roubam o dinehiro das pessoas que ganham pouco! Pra ficar rico é necessário passar por cima dos outros, e as pessoas ambiciosas concretizam isso com o maior orgulho de si mesmas! Como que um policial que pede um suborno dorme a noite ao lado de sua mulher? Será que ele consegue pegar aquela nota "roubada" e comprar um presente para sua filha? É impressionante ver como as coisas funcionam, ou melhor, não funcionam. Não consigo engulir as injustiças, tenho vontade de berrar, bater no cara, sei lá, tentar fazer alguma coisa. Mas sei que é inútil. Sei que as coisas vão continuar funcionando dessa maneira, porque os homens são burros e só estão interessados no poder. As pessoas têm que ser mais humildes, achar a felicidade nas pequenas coisas e não ficar a vida toda procurando ela nas coisas materiais. Ambição excessiva é o atraso da humanidade.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Amizade

Amizade é uma coisa foda. É muito difícil o convívio diário ou quase diário entre duas pessoas. Os defeitos vão se tornando aparentes e as qualidades imperceptíveis. Admito que sou uma pessoa difícil de se lidar. Que nem mamãe diz eu tenho gênio forte. Sou explosiva, ansiosa, mal humorada e irônica. E racional, às vezes esqueço os sentimentos dos outros. E as pessoas também esquecem que eu tenho sentimentos e me magôo facilmente, mas guardo tudo para mim. Aprendi um monte em todas as brigas com as amigas. Em cada briga aprendo um pouco. Ser amigo é ceder. Ceder algumas de suas manias, ceder algumas vontades, ceder o orgulho, e por aí vai. Minha meta então, para 2005, é tentar não me irritar por qualquer coisa, ser mais compreensiva. É fácil fazer amizades, mas é difícil matê-las.