sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Branco mundo

Deitada na cama, olhava para o teto com olhos vazios. O branco do teto parecia crescer a cada novo pensamento e envolver toda ela. A melancolia e a saudades se misturava com o branco e tomavam conta do quarto todo. Os olhos se encheram.

Sentia seu corpo imóvel, inútil, assim como suas ações. Assim como todo a sua vida. As lagrimas molhavam a fronha branca do quarto branco sem vida. O amargo na boca era consequencia do coração apertado, do sentimento de impotência e da solidão.

A casa vazia. A casa branca vazia. A casa sem vida. Sua vida vazia. Sua branca vida sem vida.

Pensou nos amigos que teve durante a infância. Pensou nos amores que um dia acreditou serem eternos. Pensou na sua família a milhares de kilômetros de distância dela. Pensou no seu trabalaho, que odiava. Pensou na hipocrisia e no egoísmo. Pensou na falsidade e nas coisas que ganhavam uma importância maior do que deveriam.

Parou de pensar.

A brisa que entrou pela janela a despertou. Olhou para a janela aberta expondo o mundo lá fora de cima. Levantou-se e pulou.