sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

mensagem enviada ao Detran/PR

Olá!
Meu nome é Monique Rau, tenho 20 anos e sou estudante de engenharia da Produção Civil na UTFPR. Gostaria de expressar aqui meu sentimento de revolta e impotência perante os orgãos públicos, principalmente aos relacionados ao trânsito.
Apesar de ser motorista a pouco mais de dois, já pude presenciar fatos que me indignaram. Posso dizer que sou uma motorista defensiva, sou daquelas que coloco em prática tudo o que aprendi nas aulas teóricas da auto-escola e sempre insisto para que as pessoas que eu conheço façam o mesmo.
Vou, primeiramente, expor o acontecimento que me levou a escrever esta mensagem. Precisava ir até o centro hoje pega um visto para uma viagem que farei no dia 26 de Dezembro. Amanhã eu vou viajar para a casa da minha vó passar o Natal com a minha família e de lá vou direto para o exterior, retornando apenas no começo de Março. Por volta de 11:30 saí de casa unicamente para pegar o visto na Rua XV. Após rodar várias quadras procurando alguma vaga disponível, consegui estacionar o carro na André de Barros, distante 8 quadras do local que eu precisava ir. Enquanto procurava vagas, vi inúmeros carros estacionados em locais proibidos, tais como: próprio para motos, embarque e desembarque, exclusivo para veículos oficiais, pontos de taxi, carga e descarga etc. Estacionei, comprei um estar por R$1,20 - porque nunca encontro nenhum guarda de trânsito para comprar pelo preço oficial - e saí. Retornei após 20 minutos (15 de caminhada e 5 para resolver o que eu precisava) e encontrei em meu carro um aviso de notificação. Há dois meses atrás uma história muito similar a essa aconteceu comigo, o aviso de notificação dizia que o horário do cartão estava errado. Mesmo me sentindo extremamente injustiçada (pois o meu relógio é 10 minutos adiantado e recebi a advertência mesmo utilizando muito menos do que a uma hora do cartão), paguei os R$7,50 e resolvi não recorrer pois aquela história toda já havia me trazido muito transtorno. Porém, dessa vez a notificação era da ausência do número da placa no cartão do Estar. Com toda a confusão do trânsito e a pressa em resolver logo minha pendência e retornar para casa, havia esquecido de preencher a lacuna de identificação da placa. Sei que isso foi erro meu, que eu deveria preencher o cartão corretamente, mas parei e comecei a pensar na importância desse campo do cartão: eu poderia utilizar menos do que a uma hora da qual tenho direito e repassar o cartão para outra pessoa, com outro carro utilizar o resto do tempo estacionado com o mesmo cartão. O que decidi fazer então foi procurar uma guarda para mostrar que eu não iria dar o cartão para ninguém e que ela poderia retirar a notificação. O horário do início do cartão era 12:00 e ainda eram 12:30, dessa forma conseguiria comprovar que apenas o meu carro utilizou o cartão. Demorei muito para encontrar a oficial responsável e supliquei para que ela entendesse minha situação e fosse maleável. Ela me disse que também não concorda com diversas regras, que gostaria de poder me ajudar, mas que se o superior dela soubesse, ela que seria prejudicada. É sempre a mesma história: "não posso fazer ada por você, as ordens vem de cima e eu tenho que cumprir". Ninguém nunca pode ajudar ninguém, ONDE ESTÁ O RESPONSÁVEL? Posso então falar com o seu superior e pedir pra ele me ajudar? Todos os profissionais têm autonomia para tomar certas decisões que lhes parecem cabíveia à algumas situações, mas eles não o fazem - não sei se por medo ou por pura comodidade. Tenho certeza que se eu fosse alguém de destaque, parente de alguém importante, ela daria um jeito (sempre há um jeito) de cancelar a notificação. Mas aqui no Brasil as coisas funcionam assim: a lei não cabe à todos, sempre tem os que se safam dela.
Resolvi ir direto na URBS da rodoviária, tentar procurar alguém que pudesse fazer alguma coisa. O que eu encontrei foi o desfecho mais inesperado da minha história, e serviu apenas para me indignar mais: estava fechada! É tipico do serviço público, eles sabem que precisamos deles, portanto não estão nem aí para ajudar os outros, "eles que venham até nós quando nós pudermos". Eu estudo em uma universidade pública e tenho muito contato com serviçoes do governo e posso falar com toda convicção que são poucos os que realmente querem te ajudar. A maioria te vê como um PROBLEMA e não como um cliente. Apesar de ser gratuito, somos clientes dos serviços públicos e temos todo o direito de sermos bem atendidos. Eu, e todos os cidadões de curitiba, sabemos que existem diversas pessoas fazendo coisas erradas no trânsito o tempo todo (furando sinal, buzinando por coisas inúteis, estacionando em locais proibidos, fazendo conversões proibidas...) e nada acontece com elas: onde está a fiscalização nessas horas? Sabemos também que o roubo de carros e furto de pertences que estã no interior do carro aumenta a cada dia : onde está a fiscalização? Acidentes de trânsito que matam inocentes porque o motorista de um veículo estava bêbado, não possuía habilitação ou porque é imprudente, mas onde está a fiscalização para isso? Não é justo os inocentes SEMPRE pagarem pelos culpados. Tem de haver uma tolerância aos que cometem pequenos deslizes que não causam dano algum. É preciso localizar os reais focos de imprudência que possa vir a perturbar o bom funcionamento da cidade.
O que se percebe é que os funcionários públicos têm uma imensa má vontade de ajudar o povo, com raras exeções (que me desculpem pela mensagem ligeiramente grosseira).
Aguardo um posicionamento de vocês.
Atenciosamente,
Monique Rau

sábado, 2 de dezembro de 2006

gelo?

- Uma Coca-Cola e um copo com limão e gelo, por favor.
Não adianta tentar ser educado nessas horas, seu idiota. Gelo? Por favor, porque você insiste em tomar as coisas com gelo?? É uma água dura que vai derreter na sua bebida e deixar tudo aguado e sem gosto. Além de dar doenças. Além de tirar um volume que poderia ser ocupado com o líquido pelo qual você está pagando. E caro. Você bebe as coisas sem gosto só pra ficar doente, você acha isso legal?
- Ow, por favor, você pode levar esse prato e colocar mais azeite de oliva?
AAAhhhh, como ele era chatoo! Já tinha me arrependido de estar ali. Não podia simplismente sair xingando ele assim, logo de cara, mas já via que aquilo não ia ter futuro. Além de pedir copo om gelo, a bebida dele era uma Coca-cola, seu nojento. E ficava enchendo o saco dos gançons, se achando o educado! Sorria, não podia deixar tranparecer minha indginação, mas minha vontade era de sair correndo dali, sem antes, é claro, jogar aquele copo com o líquido negro e a água em estado transformado na cara dele. É claro que agora o garçom ia ser obrigado a levar nossa massa, que estava deliciosa - e com uma quantidade suficiente de azeite de oliva - e guspir nela. Era quase uma lei entre os gançons.
- Você não vai beber nada?
Ele falava com um esboço de sorisso no canto da boca que me irritava. Pessoas que tentavam ser super educadas me irritavam. Pessoas que bebiam Coca-Cola, COM GELO, me irritavam mais ainda. Estava me sentindo mal ali. Já tinha esquecido como era um primeiro encontro - um saco! Mas continuaria ali, fingindo estar feliz, até o fim. Quem manda ser boba de aceitar sair com o prmeiro cara que te convida. Também, esses pedidos eram raros, e parecia que ele até gostava de mim. A maioria dos caras que me convidavam pra sair tinham pena. Sei lá, sei que não estou na minha melhor forma física, minha pele tá feia e meu corte de cabelo não combina com o formato do meu rosto. E mesmo assim o cara na minha frente, que estava ingerindo sua gripe pela taça de cristal (ou alguma imitação, unca sabia distinguir) sorria para mim e me dizia coisas alegres. Ou ele fingia muito bem que tinha alguma interesse, ou ele realmente tinha....
- Você pode trazer a conta, por favor?