sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Superficial

A falsidade de algumas pessoas é uma coisa incrível. Conversas superfíciais, casamentos por interesses, mentiras e inveja é o que mais tem por aí. O que realmente importa é a roupa que ela usa e o carro que ele tem. Falta do que dizer pois o conhecimento de tudo é quase nada! Aprender o quê na escola? A maior escola que existe é a vida, mas as pessoas ignoram isso e continuam se enganando. Fome por cultura. Um acesso cada vez maior a livros e materiais interessantes, mas tudo isso jogado de lado para acessar o fotolog instagram daquele ou o orkut facebook daquela.

Posso estar até me tornando repetitiva em certos assuntos, mas não consigo parar de me indignar com coisas que presencio. Parar de me revoltar com essas coisas? Nunca. Entender que vivo em um mundo diferente do meu jeito e que tenho que me adaptar para minha própria "sobrevivência"? Claro claro. Nem precisa mais falar.

- Texto escrito em 2005, adaptado somente aos nomes das redes sociais atuais (que são iguais às antigas, com uma interface mais agradável) -

Oscar 2015

Final de semana passado houve a premiação do Oscar, e mais uma vez  fico extasiada com toda a fantasia que envolve este e todos os eventos red carpets. É claro que é muito bacana que exista este momento para prestigiar e premiar os artistas do cinema hollywoodiano, dar aos ganhadores a oportunidade de falar algumas breves palavras, o encontro e troca de figurinhas entre colegas do mesmo ramo é sempre muito benéfico e este evento proporciona isso. O problema é que algumas celebs fazem qualquer coisa para aparecer.

Ok, não vou entrar no mérito dos valores exorbitantes gastos pelos artistas nos seus figurinos, ou as fantasias esdrúxulas que sempre aparecem - isso tudo faz parte do show. Mas percebe-se claramente um paralelo da realidade do próprio evento, com o filme que recebeu a estatueta mais importante da noite, trazendo à tona o clichê "a vida imita a arte e a arte imita a vida".

É notória a busca desesperada de algumas celebridades pelos flashes e microfones, com o intuito de serem vistas pelos milhares de expectadores, laureadas pelas centenas de blogueiras e até  afrontadas pelos haters - cuja finalidade muitas vezes é a mesma que o objeto de seu ódio. Vale de tudo por um pouco de atenção, para ter novamente o gostinho dos seus dias de glória.

Porém, ao contrário do que acontece no filme Birdman, onde a ascensão é cobiçada através de uma demonstração artística, após meses de trabalho e ensaios, na vida real este caminho é muito mais simples: brilho, grana e um vestido que é grande demais para a poltrona do teatro. Não precisa ter talento, não é necessário decorar nenhuma fala ou acordar às 5h da manhã para gravar um filme ou para ensaiar.

E entre tantos outros que se destacam, não há exemplo que se encaixe melhor nesta descrição como a Jennie from the block. J-lo tentou ganhar o mundo da música, depois quis o cinema, e não obstante se aventurou com o galã e diretor Ben Affleck, e no fim não conquistou nenhum deles. Por isso que minha mãe sempre diz: faça uma coisa de cada vez, e faça direito.

Se no mundo dos mortais a busca pela aceitação, e a vontade de agradar à todos é um tema tão recorrente, imagine dentro do glamour de Hollywood. O assunto é tão sério, que a síndrome da depressão está presente na maioria dos lares de Beverly Hills, quando os artistas percebem, após um triunfo, o peso de voltar ao anonimato, de não estar mais nos tabloides e de perceber sua energia e disposição esmaecendo junto com a fama.

Michael Keaton expõe belissimamente este universo em seu personagem Riggan, do aclamado Birdman ou a inesperada virtude da ignorância. Nem mesmo os mais talentosos e queridos, como o Robin Williams, estão à salvos de tal avassaladora doença. Mais uma vez: vitória do ego.